Tratamento terciário e disposição final – sumidouro, vala de infiltração, lagoa com plantas
Chegamos ao tratamento terciário. Mas será mesmo necessário, uma vez que o efluente já está com uma condição muito melhor do que ao entrar no sistema? O que você acha?
Como visto, se tudo correu bem até aqui, ao sair do filtro biológico o efluente estará numa condição muito melhor do que quando entrou.
No entanto, alguns nutrientes continuam em grande quantidade, caso dos compostos de nitrogênio e fósforo, além de eventuais patógenos, que devem ser eliminados.
Por isso, uma terceira etapa de tratamento deve ser feita e pode estar associada ao descarte final do efluente.
Em sistemas de tratamento de esgotos domésticos, por exemplo, nessa terceira etapa são utilizados: o sumidouro, ou a vala de infiltração, ou a lagoa com plantas.
Sumidouro, vala de infiltração e lagoa com plantas
No sumidouro, o efluente final é simplesmente descartado em um buraco escavado no solo para infiltração direta em maior profundidade.
O inconveniente dessa solução é a perda de água e nutrientes e, principalmente, o potencial de contaminação dos lençóis freáticos.
Uma vez que o efluente carrega ainda grande quantidade de coliformes fecais e potenciais patógenos, evite essa solução.
Uma segunda possibilidade é a vala de infiltração. Mais próxima da superfície, a água e nutrientes do efluente final estará disponível para a irrigação subsuperficial de pomares, gramados e jardins.
Ao mesmo tempo, o solo mais superficial, rico em microrganismos benéficos, tende a eliminar eventuais patógenos e a água, o nitrogênio e o fósforo serão recebidos com alegria pelas plantas.
Nessa solução, tratamento terciário e disposição final se confundem.
Ampliando a biodiversidade
Por fim, na lagoa com plantas, o efluente passa por uma terceira fase de tratamento, o tratamento terciário propriamente dito, antes da reutilização ou reuso.
A incidência da luz solar na lagoa favorece a fotossíntese das plantas e microalgas. Durante seu crescimento, as plantas absorvem o nitrogênio e fósforo. E no caso das microalgas, o processo de fotossíntese libera oxigênio na água.
Ao mesmo tempo, tanto o oxigênio presente na água, quanto os raios ultravioleta da luz solar auxiliam na eliminação de eventuais patógenos.
Além disso, as raízes dessas plantas liberam compostos benéficos e são abrigo para novos microrganismos, os zoo e fitoplâncton, além de mesorganismos , como caracóis, lesmas, crustáceos, etc., que ajudam na purificação da água e controle de parasitas.
Para evitar a proliferação de larvas de insetos como moscas e pernilongos, criar lambaris, barrigudinhos, carpas ou tilápias enriquecerá o ecossistema da lagoa.
E como tudo está interligado, o aumento da biodiversidade na lagoa certamente atrairá pássaros e pequenos animais, enriquecendo ainda mais a biodiversidade associada ao sistema.
Como resultado final, o que era problema vira solução! Agora plantas, fito e zooplancton, peixes e aves ajudam na filtragem e purificação da água e controle de parasitas e insetos, formando um ambiente de grande riqueza, beleza e diversidade para a propriedade.
Sistemas de tratamento simplificado de esgotos domésticos
Que bela aula, não é? Que tal compartilhar nas suas redes sociais, ou encaminhar para amigos e conhecidos?
Agora que você já sabe como funciona um sistema de tratamento de esgotos domésticos e quer ou precisa instalar um em sua casa, chácara, sítio, fazenda, pousada ou condomínio, é hora de aprofundar um pouquinho mais no assunto.
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